terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Love .




               I Don't Know Anything About Love .


                               
                               But...
                 
                        
                         I still Believe 







segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

I couldn't feel my heart .

As gotas de chuva que caiam sobre a calçada por onde ela caminhava assemelhavam-se a lágrimas, como se lhe quisessem transmitir que ela não chora sozinha, que algures no mundo, alguém chora com ela.
Todos os dias, preenchia os seus passos com soluços de mágoa. Para ela, todos os homens que caminhavam por aquela triste rua, assemelhavam-se a pedaços de dor, pedaços de dor disfarçados por falsos sorrisos. E os corpos apagados nos quais ela embatia sem pedir desculpa, não notavam a sua presença, estavam submersos nos seus próprios pensamentos egoístas. E logo ai, apercebeu-se que esses meros corpos apagados, nem força têm para sustentar verdadeiros sorrisos sob os lábios. E o medo que lhe dominava a alma era, nesses dias, a força do vento que ela traçava nas ruas sem que ninguém os sentisse no rosto. O vento soprava-lhe constantemente incertezas ao ouvido e ela contava-lhe mais uma vez a sua história, num tom triste sem nunca ousar mencionar o nome daquele que traçou no seu rosto, lágrimas carregadas de dor. E, esperançosa, voltou a pedir ao vento que levasse do seu coração, aquele nome, delineado a carvão. A carvão negro, da cor da sua alma. E nem o vento, conseguiu destruir aquele nome, aquele nome que tem camuflado nas entrelinhas, uma grande história de amor. E o amor não se lê nas entrelinhas, nem tão pouco se extingue. Na verdade, o seu coração é um segredo. Um segredo selado a palavras que ninguém aprendeu a ler. A rua torna-se tão sombria que tudo se perde na noite. A escuridão fez-lhe relembrar as cartas de amor outrora escritas, as cartas de amor que não se escrevem mais sobre papel, escrevem-se sobre o peito sem que ninguém as ame, sem que sejam seladas com gestos de amor. E no final, essas cartas só servem para lhe cobrar as forças que já perdeu e para lhe ensinar que as palavras não são suficientes para salvar um coração que se cansou de sonhar. Ela era, então, mais um corpo sem luz, perdida entre o luar da noite e o sol do dia. A chuva traz na sua canção um tema de recordações que lhe assenta os pés na terra de uma forma triste e suave, porque na realidade não há mais passos para dar. Morreram as palavras. A vida morre também num canto ao fundo do coração que nenhum espelho consegue reflectir. Olhou para trás para se certificar que a dor não a seguia. Mas o que ela não sabia, é que a dor a perseguia lá dentro, nunca lá fora.  

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Querida mãe.

A noite vai rompendo de mansinho como quem não quer a coisa, o céu vai ganhando outros tons, as estrelas já se querem fazer notar, as flores deixam-se levar pela força do vento e no breu da minha solidão, naquele pequeno quartinho onde dou asas á minha imaginação, ligo o ecrã e ele acende-se como por magia,  e dou por mim a pensar em tudo aquilo que passamos, inspirando-me em fotografias, todas elas guardam segredos e cada uma delas tem o seu significado, inspiro-me nelas para contar a minha historia, a nossa historia, a historia de uma mãe e de uma filha, de duas melhores amigas. Depressa me apercebo que a minha alma é demasiado pequena para acolher todas as recordações, ou talvez, seja eu que não tenha capacidade suficiente para te transmitir tudo aquilo que me vai no coração, como o transmito ao papel. Recordações, é tudo aquilo que me vem á mente. Recordações de todos os momentos que passamos juntas, que para muitos não têm o mínimo significado, mas para mim, têm um valor incalculável, até podem ser as mais pequenas recordações, desde um abraço nas horas em que as lágrimas decidem escorrer pela minha face, até á mais pequena brincadeira, são essas pequenas coisas que me fazem esboçar o mais verdadeiro, o mais puro, o mais inesperado, sorriso. Por vezes são os pequenos momentos que nos mostram o verdadeiro sentido da felicidade, uma felicidade tão simples mas ao mesmo tempo tão sincera e tão profunda, sempre me disseste “temos que procurar a felicidade, nas pequenas coisas da vida, nos momentos que passamos ao lado daqueles que amamos”, e agora que penso, tenho a certeza que tens toda a razão. Foram tantas as vezes que no silêncio da noite, quando o meu coração é pequenino e não consegue absorver todas as lágrimas, 
quando a almofada molhada das lágrimas custa a secar, que dou por mim a pensar nos momentos que vivemos, nos obstáculos que ultrapassamos, és sem duvida uma mulher incrível. Quando estou triste, és tu que me enches o coração com palavras carinhosas e que me fazes sorrir de uma maneira que pensava já não ser possível, como se essas tuas palavras me perfurassem o coração e me fizessem sentir novamente preenchida, como se a dor nunca tivesse existido. És capaz de me fazer sorrir, és capaz de fazer das minhas palavras as tuas e consegues exprimir tudo aquilo que eu não consigo, como se entrasses na minha alma e fizesses uma cópia dos meus sonhos, dos meus medos, dos meus desejos, dos meus receios, por vezes até acho estranho essa tua forma de conseguir ler tudo aquilo que me vai no coração e na alma como se de um simples texto se tratasse. Posso afirmar que és das poucas pessoas que me conhece tão bem, és como um espelho, quando me olhas nos olhos, és capaz de reflectir a minha verdadeira imagem.
Neste momento, as lágrimas correm-me pelo rosto, sabes que não estou numa das melhores fases da minha vida, mas apenas preciso que me dês a mão, e olha-me nos olhos, não são precisas palavras, o brilho dos teus olhos dizem mais do que meras palavras diriam, esses teus olhos esverdeados que eu sempre gostei, são capazes de dar cor ao meu mundo que agora é a preto e branco, a tua mão é como uma armadura de ferro que me protege de tudo, o meu coração que neste momento esta completamente gelado precisa do calor da tua mão, basta isso para que eu perceba que és a única pessoa que nunca me irá abandonar. São tantas as pessoas que ao mínimo obstáculo abandonam-me, mas tu não, tu estás sempre lá, para me apoiar, não desistes de mim quando eu própria desisto de mim mesma, e é nessas alturas que eu agradeço por ter uma mãe como tu. Poderia dizer tanto sobre ti, paginas e paginas, marcadas por lágrimas e sorrisos, mas as palavras já se tornaram insuficientes para te descrever. Sei que já sofres-te muito, mas com essa tua força, coragem e determinação aprendes-te a não deixar que o sofrimento comandasse a tua vida, abris-te as asas e deixaste-as sentir o sabor do vento, para que ele te ajudasse a libertar de toda a dor. Juntas construímos o nosso próprio caminho, um caminho pintado com todos os tons do arco-íris, e cada momento que passamos juntas tem uma cor diferente desse arco-íris, és capaz de me fazer acreditar que sou tão grande como o céu, que brilho tanto como as estrelas, fazes-me acreditar que apesar de tudo a vida vale a pena. Amo-te com todas as letras.

E tu não voltavas.



“Tu não voltavas para mim, voltavas para ti e para ti. As minhas injecções de afecto, alimentavam-te o ego. Os teus regressos serviam para marcares ainda e sempre o teu território. Mas tu alimentavas a ausência, o vazio, o grande equívoco de todo este amor. Porque na verdade, meu querido, estou agora em crer que nunca houve amor. Não da tua parte” Margarida Rebelo Pinto.

Escrevo por entre linhas tortas, num papel desgastado pelas marcas do tempo tudo aquilo que o teu olhar evidencia. Os teus olhos que outrora transbordavam amor e cumplicidade estão agora marcados por uma tão notória tristeza.
O teu sorriso que um dia foi puro e genuíno agora reflecte tudo aquilo em que te tornas-te. As palavras antes pronunciadas por entre olhares ternurentos, beijos apaixonadas, abraços apertados, palavras dignas de serem gritadas ao mundo, palavras que transmitiam todo o amor e o carinho que um dia me transmitis-te, foram agora levadas pelo vento juntamente com a poeira que restou do meu coração, o coração que tu queimas-te com a chama ardente da tua indiferença.
Escrevi o teu nome na areia mas o mar apagou-o, tal como tu apagas-te da tua memoria tudo aquilo que um dia vivenciamos.
Num dia mostraste-me o que é o amor no verdadeiro sentido da palavra no outro fizeste-me sentir a dor de ter um punhal envolto em chamas cravado no coração.
As lágrimas escorrem-me pela face, trazendo consigo pedaços de dor, a dor que tu esculpis-te na minha alma a ferro e fogo.
Será que no mais profundo do teu ser, naquela ínfima parte de ti onde ainda és sensível e genuíno sentes a minha falta nem que seja por uns míseros segundos? Temo que a resposta seja demasiado óbvia, temo que te tenhas transformado de vez naquele rapaz duro e frio que já há algum tempo demonstras ser. Sinto-me a cair num poço tão profundo que me faz esquecer tudo aquilo que sou, a escuridão penetra-me a pele, arrancando-me o coração e fazendo-o mergulhar naquele enorme vazio.
A minha vida agora resume-se a um labirinto em que todos os caminhos conduzem-me sempre á mesma pessoa, ao mesmo sentimento, preciso que me resgatem e que me levem para um lugar seguro, onde a imagem daquele que outrora me fez tão feliz não faça questão de me invadir o corpo e a alma sem dó nem piedade. Porque é que ainda não aprendi que quem ama verdadeiramente, entregando-se sem medos nem receios acaba sempre com uma espada cravada no coração? Sou demasiado ingénua, e a minha ingenuidade faz com que todos me pisem o coração até não restar uma única pinga de sangue, mas para mim chega, quero pintar o meu sorriso com todas as cores do arco íris e ser feliz.

Don't left me .

Sinto uma rosa cheia de espinhos cravada no coração que fá-lo verter lágrimas de sangue a cada vez que penso em ti. Tento decifrar tudo aquilo que me assombra, um arrepio percorre-me o corpo, e depressa me apercebo que o medo que me devora a alma acabara também por se espalhar por todo o meu corpo, o frio instala-se, dou por mim sentada no chão, com os braços a abraçarem-me as pernas, e as lágrimas decidem brotar, escorrem-me pelo rosto de uma forma avassaladora e com elas levam toda a esperança, todos os sonhos, e acabam por me levar também a alma, a alma que eu julgava que me pertencia, mas que na realidade pertence àquele que me desfez o coração em mil pedaços e que criou dentro dele aquela ilusão de que tudo era perfeito, aquela ilusão que durante algum tempo me pareceu tão real. Porque continuas a tratar-me desta maneira? As tuas palavras estão marcadas pela indiferença, se soubesses o quanto isso me magoa, choro a cada palavra tua, choro de uma forma descontrolada porque foi o único caminho que encontrei para me libertar de toda esta dor, em cada lágrima derramada estão presentes todas as discussões e todas as palavras que me dizes, 
mas que no fundo ainda continuo a achar que não são verdadeiramente sentidas. Só peço que me libertes, liberta-me de toda esta dor, não é preciso muito, basta que digas que me amas como sempre me amas-te, mas não existe silencio mais profundo senão o teu, sinto-me invisível, invisível à tua pessoa. O meu coração bate descontroladamente. O ar quer sufocar-me. O corpo esta completamente paralisado. E tu? Onde estás tu? Onde está aquele rapaz doce e meigo? Quero que me digas o porque disto tudo, quero que não me deixes assim, sem uma explicação que faça o mínimo sentido. Deixa pelo menos o meu coração respirar, ao pelo menos deixa que ele sinta a dor dura e crua de uma vez só e não o deixes sofrer assim tão lentamente com esse teu silencio. Será que isto tudo é só para me fazeres sofrer com o objectivo de eu me aperceber do quanto te amo? Será que no fim disto tudo vais-me dizer para ir embora e nunca mais voltar? E quando eu virar as costas com as lágrimas a caírem, vais correr atrás de mim, abraçando-me como nunca me abraças-te, apertando-me contra ti e beijando-me de uma forma louca e apaixonada e depois vais olhar-me nos olhos com esse teu olhar doce e meigo e dizer-me, não por palavras, mas sim num silencio tão profundo, mas ao mesmo tempo tão sincero o quanto me queres? Será que é isso que tu pretendes? Não, não me posso iludir. Dou por mim, ainda sentada no chão, imóvel, reparando que a cada segundo que passa, mais perdida me sinto. Levo as mãos à cara, na esperança que elas me sirvam de lenços para este choro sufocante, as lágrimas escapam-me por entre os dedos, começando a surgir ali, no chão, um amontoado de lágrimas. De repente oiço uns passos, ergo a cabeça na esperança de te ver a aproximares-te, mas mais uma vez iludi-me, não és tu, mas sim uma esperança que me quer erguer, que me quer fazer acreditar que não me irás deixar. De que me serve dar sem pudor tudo aquilo sou? Porque é que ainda me dedico a alguém de uma forma tão intensa e ainda penso que vou receber a mesma dedicação? Depois de todas as quedas que dei, ainda não aprendi que quando nos dedicamos a 100% a uma pessoa acabamos sempre por nos magoar de alguma forma. Neste mesmo instante, quero fugir daqui, atravessar todos os perigos da noite e ir ao teu encontro, quero refugiar-me nos teus braços e quero que de mãos dadas, me faças sorrir novamente, eu sei que juntos somos capazes. Dá-me a mão. Vamos enfrentar o mundo juntos e voltar a ser felizes.